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Bloco de Esquerda apresenta programa eleitoral 2025-2029 para Guimarães

Sofia Rodrigues
Política \ quinta-feira, outubro 02, 2025
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Com o lema “Mais Bloco, Mais Guimarães”, o Bloco de Esquerda divulgou o seu programa eleitoral 2025-2029, centrado em justiça social, igualdade, sustentabilidade ambiental e participação cidadã.

O Bloco de Esquerda apresentou o seu programa eleitoral 2025-2029 para Guimarães, sob o lema “Mais Bloco, Mais Guimarães”, com propostas para “construir um concelho mais justo e solidário”. O documento organiza-se em 12 eixos fundamentais: habitação, mobilidade, ambiente, solidariedade, igualdade, emprego, saúde, cultura, educação, bem-estar animal, descentralização e democracia.

“Guimarães merece mais: uma política próxima das pessoas, que escuta, responde e transforma. Queremos construir um concelho onde todos possam viver melhor, com igualdade de oportunidades e qualidade de vida”, defende o partido, sublinhando ainda a ambição de “transformar Guimarães num lugar melhor para estudar, viver e trabalhar, com mais justiça social, mais democracia e mais inclusão”.

Na área da habitação, o Bloco defende a criação de um parque municipal com rendas acessíveis, a reabilitação de edifícios devolutos com recurso a apoios comunitários, a limitação das licenças de alojamento local em excesso, a promoção de cooperativas e modelos de propriedade coletiva e a construção de residências universitárias, assegurando assim condições dignas de habitação para todos.

Em matéria de mobilidade, a candidatura propõe o redesenho das linhas de transporte urbano, sobretudo nas freguesias periféricas, a implementação de horários eficazes e frequências ajustadas, a articulação com outros operadores rodoviários e ferroviários, a criação de pólos de transporte em todas as vilas e o alargamento da gratuitidade dos transportes a todos os residentes. Para além disso, defende a redução da velocidade para 30 km/h em zonas residenciais e escolares, a pedonalização progressiva dos centros urbanos e a criação de uma rede de ciclovias que ligue as vilas ao centro da cidade.

No ambiente, o partido compromete-se a tornar Guimarães neutro em carbono até 2030. Para isso, propõe a despoluição dos rios Ave e Selho, a criação de zonas verdes em todas as freguesias, a ampliação da recolha seletiva porta-a-porta e da compostagem local, o apoio à instalação de energias renováveis em especial junto de famílias carenciadas e a criação de uma Assembleia da Cidadania para a Ação Climática. Inclui ainda sessões de consciencialização ambiental com técnicos especializados, a distribuição de recipientes de reciclagem por todas as casas e a obrigatoriedade de filtros nas chaminés industriais.

O capítulo da solidariedade, que no documento repete o conteúdo ambiental, reforça a necessidade de proteger os mais vulneráveis face às mudanças climáticas e fenómenos extremos, destacando igualmente medidas ligadas à despoluição, energia renovável e espaços verdes.

A igualdade surge como outro pilar central, com a proposta de criação de um Observatório Municipal de Bullying, de planos contra discursos de ódio em todas as escolas e de gabinetes LGBTI+ e de igualdade nas freguesias. O programa prevê também a formação de profissionais da educação e da segurança para prevenir violência e discriminação, além do apoio a eventos e grupos que promovam a integração de imigrantes.

Na frente do emprego, o Bloco quer combater a precariedade e os baixos salários com incentivos à contratação jovem e sénior e com apoio a micro e pequenas empresas que cumpram critérios de sustentabilidade e de respeito pelos direitos laborais.

Na área da saúde, propõe-se a fixação de profissionais com incentivos locais, a criação de um Plano Municipal de Saúde Mental, o combate à pobreza menstrual através da distribuição gratuita de produtos, a extensão dos programas de saúde oral e sexual a todas as escolas e o reforço da maternidade do Hospital de Guimarães, com melhores recursos e condições. Inclui-se ainda um “Cheque Bebé Municipal” para apoiar as despesas iniciais das famílias, bem como campanhas de parentalidade positiva com formação gratuita, apoio psicológico perinatal e grupos de entreajuda em articulação com centros de saúde e associações locais.

No que respeita à cultura, o programa prevê a descentralização da programação cultural com polos ativos nas freguesias, o apoio transparente a coletividades, a criação de bolsas de criação artística para jovens vimaranenses e a ligação da cultura à educação através de programas escolares. Está também previsto o investimento em infraestruturas culturais fora da cidade e a simplificação das candidaturas ao programa Impacta.

Na educação, o partido propõe reforçar psicólogos e assistentes operacionais nas escolas, melhorar o transporte escolar nas zonas periféricas, garantir dietas saudáveis e acessíveis nas cantinas, reforçar o ensino profissional e artístico, criar um programa municipal de estágios e oportunidades para recém-licenciados e investir na divulgação científica, promovendo visitas de estudo a polos de investigação.

No campo do bem-estar animal, o Bloco defende a criação de uma Provedoria do Animal, o reforço do Centro de Recolha Oficial com mais meios, campanhas de adoção responsável, esterilização gratuita e a criação de uma rede de apoio veterinário municipal em parceria com clínicas locais, de modo a garantir cuidados descentralizados e acessíveis.

A descentralização é outro dos eixos, com propostas que passam pela transferência de serviços camarários para as freguesias, a criação de um Portal da Transparência com dados financeiros, a promoção da participação popular na definição de orçamentos e programas municipais, o reforço do apoio às juntas de freguesia e a atribuição de verbas de forma criteriosa, evitando gastos não prioritários.

Por fim, no eixo da democracia, o Bloco defende a aproximação da Assembleia Municipal aos eleitores através de sessões descentralizadas e o envolvimento dos jovens no acompanhamento da atividade política local.

No encerramento do documento, o BE sublinha que o seu compromisso é “na construção de um concelho mais solidário, inclusivo e democrático, onde ninguém seja excluído e todos tenham qualidade de vida”.