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Pedir AM Extraordinária é hipótese após esclarecimento sobre via do Avepark

Tiago Dias
Política \ quarta-feira, março 01, 2023
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Mais de uma centena de pessoas esteve, esta terça-feira à noite, em Santa Eufémia de Prazins. Ao verem que muitas ruas de circulação interna das freguesias serão cortadas, mostraram-se “contra”.

A recolha de assinaturas para a realização de uma Assembleia Municipal Extraordinária para se discutir a via do Avepark é hipótese em cima da mesa para os cidadãos que se reuniram esta terça-feira em Santa Eufémia de Prazins para uma sessão de esclarecimento promovida pela respetiva Junta.

O Auditório D. Manuel Monteiro de Castro reuniu mais de uma centena de pessoas, oriundas da própria freguesia, da União de Freguesias de Prazins Santo Tirso e Corvite e de Barco, os três territórios mais visados pelo traçado, mas também de Ponte e de Caldas das Taipas. Elas mostraram-se “contra a via de uma forma geral”, depois de se aperceberem que não estão perante uma “estrada normal”, com acesso a toda a gente e “cruzamentos em todo o lado”, atesta a presidente da Junta de Freguesia de Santa Eufémia de Prazins.

“Mais de 90% das pessoas não tinha a noção da via. Ficaram perplexas com este facto e dizem que querem fazer alguma coisa para tentar impedir que a via seja feita. Ficou decidido que iremos tentar participar na Assembleia Municipal, quer seja extraordinária, quer seja agendada pelos partidos políticos, quer seja pedida por um número de cidadãos, se não houver outra forma”, adiantou Natália Fernandes ao Reflexo. No pedido por assinaturas, são necessárias 2.500 para requerer uma AM Extraordinária, esclareceu.

Das 14 ruas atravessadas pela via do Avepark, tal e qual está projetada, há três com rotunda: o cruzamento entre a rua de Além, a rua da Bouça Nova, a travessa da Bouça de Cima e a rua do Paço, em Corvite, a Estrada Municipal 583, em Santa Eufémia de Prazins, e a Estrada Nacional 310, junto à EB1/JI de Couto, em Barco, cerca de 150 metros a oeste da rotunda já existente.

Nos restantes arruamentos, a circulação de pessoas e de veículos tal e qual se desenrolava fica cortada. “A alternativa é dar a volta à freguesia para voltar ao ponto que pretendemos. Por isso é que foram criadas ruas e estradas dentro das freguesias, para os acessos serem melhores. Vamos recuar no tempo nesse aspeto”, lamenta a autarca eleita pela coligação Juntos por Guimarães.

Convencida de que o eventual acesso ao Avepark vai gerar “um transtorno enorme” na população, a presidente da Junta de Freguesia de Santa Eufémia de Prazins também alerta para o “impacto visual” de uma obra com uma nova ponte sobre o rio Ave, passagens com viaduto e outras subterrâneas. “Temos uma parte da via com um talude de 22 metros. Há uma outra zona com uma escavação com 35 metros. Isto tem um impacto brutal nas freguesias rurais”, realça.

Natália Fernandes diz ainda ver “uma grande revolta” na população, quer entre aqueles que residiram nas freguesias desde sempre, quer naqueles que escolheram aquelas freguesias rurais para escapar “aos impedimentos e ao barulho das estradas complicadas”. “As pessoas querem até criar um movimento cívico. Vamos fazer sessões de esclarecimento noutras freguesias”, adianta.