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Araújo diz que estudos desautorizam Ricardo Costa. Bragança pede consenso

Redação
Política \ quarta-feira, abril 30, 2025
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Após José Mendes e Álvaro Costa referirem que BRT é solução mais viável e barata para colar território, vereador da oposição criticou candidato do PS à Câmara. Bragança quer consenso mantido.

A comparação do sistema bus rapid transit (BRT) com o metro de superfície marcou a discussão que se seguiu à apresentação dos estudos de mobilidade para o concelho de Guimarães, apresentados na reunião extraordinária da Câmara Municipal, na passada segunda-feira, o que levou o vereador da coligação Juntos por Guimarães (JpG), Ricardo Araújo, a criticar o candidato socialista às Autárquicas de 2025, Ricardo Costa, e o presidente da Câmara em exercício a pedir consenso político.

Questionados por Ricardo Araújo quanto à viabilidade do metro de superfície (LRT) para o concelho de Guimarães, Álvaro Costa e José Mendes defenderam que o BRT é a solução mais adequada. O diretor executivo da TRENMO, empresa que apresentou os estudos gerais de mobilidade para o concelho, em 2021, realçou que o BRT é a solução prevista para “colar os vários territórios”. O engenheiro ligado à Universidade do Minho realçou, por seu turno, que o BRT é “a solução mais vantajosa” devido ao custo. “O BRT custa quatro a seis milhões de euros por quilómetro. O metro de superfície 10 a 20 milhões. O comboio pesado custa 40”, comparou.

Na apresentação da candidatura do PS às Autárquicas de 2025, em 18 de janeiro, Ricardo Costa prometeu uma “linha intraconcelhia de metro de superfície, com um investimento de 270 milhões de euros para 20 quilómetros, a executar em oito anos”. Para o candidato do PSD às eleições, essa promessa é desautorizada pelas opiniões de “dois dos principais especialistas de transportes em Portugal”.

“Há uma desautorização e descredibilização técnica de Ricardo Costa e do Partido Socialista do Toural. A solução do metro de superfície com que o PS do Toural e Ricardo Costa andam a tentar iludir e enganar os vimaranenses foi hoje, do ponto de vista técnico, destruída. Os técnicos que são os maiores especialistas nacionais da mobilidade, Álvaro Costa e José Mendes, foram unânimes em dizer que a solução de metro de superfície não é uma boa solução para Guimarães, não é exequível, tem custos incomportáveis”, defendeu, após a reunião de Câmara.

Para Ricardo Araújo, o candidato socialista anda a prometer “nada mais, nada menos do que uma ilusão aventureirista que pode comprometer a implantação futura” dos projetos previstos. O vereador da JpG criticou, aliás, a ausência de Ricardo Costa numa reunião em que se ouviu “um tema tão importante como o da mobilidade”.

De resto, o vereador social-democrata criticou as maiorias socialistas em Santa Clara ao longo dos últimos 40 anos pela permanência de “problemas de trânsito e de mobilidade”, dando o exemplo da solução apresentada para a variante de Creixomil. “É uma via para resolver num ano o que o PS não resolveu em 10 anos”, ilustrou. Ainda assim, enalteceu a decisão de se promover uma reunião extraordinária para abordar o tema e prometeu executar os projetos apresentados se for eleito presidente da Câmara.

 

Bragança: “Transporte em canal dedicado é fundamental”

Depois da apresentação dos estudos e da intervenção de Ricardo Araújo, o presidente da Câmara Municipal de Guimarães defendeu que o “transporte em canal dedicado é fundamental”, porque garante a fiabilidade de horários que o tornam competitivo perante o transporte individual para então se reformular a mobilidade intraconcelhia, freguesia a freguesia. “A primeira grande prioridade são os pontos que fazem a coesão social”, disse.

Domingos Bragança lembrou que a Infraestruturas de Portugal e o Instituto de Mobilidade e dos Transportes são entidades “difíceis de trabalhar” para se fazer avançar projetos e prometeu trabalhar até ao último dia como autarca para “conseguir envelope financeiro” junto do Governo.

Quanto às críticas dirigidas a Ricardo Costa, o presidente da Câmara lembrou que pretende um sistema BRT capaz de migrar futuramente para metro de superfície e vincou a necessidade de se encontrarem consensos políticos. “Espero que todas as forças políticas consensualizem esta fase do transporte público do metrobus e se mostrem disponíveis para trabalhar este modelo com complementaridades. Os estudos técnicos é que validam as decisões do Governo”, explicou.