Apoios às juntas: Ponte é "incomparável" a outras freguesias, diz PSD
Os vereadores da coligação Juntos por Guimarães voltaram a criticar a forma como o município distribui apoios às juntas de freguesia, numa reunião de câmara onde o “desenvolvimento económico” foi (novamente) protagonista.
O social-democrata Hugo Ribeiro considera que o presidente de Câmara Municipal de Guimarães (CMG) “não abre mão do controlo das juntas de freguesia”, que estão, diz o vereador da oposição, “constantemente a depender do município para a resolução” de problemas.
A gestão deste dossier por parte do PS é, para o antigo presidente da junta de freguesia de Abação, indicadora de motivos “político-partidários” e defendeu a atribuição do dobro do valor alocado atualmente. Domingos Bragança rejeitou qualquer sugestão de tentativa de “controlar” as freguesias para fins políticos. Trata-se, segundo o autarca, de uma estratégia de “planeamento global” que visa um “desenvolvimento harmonioso do território”. Visão corroborada pela vereadora com o pelouro das Obras Municipais. “O PSD habituou-se a menorizar o trabalho que é feito, um trabalho de proximidade, transparência e cooperação com os presidentes de junta”, referiu Sofia Ferreira.
“Não podemos também deixar passar a ideia injusta e incorreta de que estamos a atribuir apoios menores às freguesias. Vieram a deliberação 1,5 milhões de euros. Não é um valor insignificante e convém referir que estes valores complementam outro tipo de investimentos a clubes e instituições”, frisou a vereadora.
“Desenvolvimento harmonioso”? “E Ponte?”, pergunta Hugo Ribeiro
No decorrer da reunião de câmara, Hugo Ribeiro recusou o argumento de uma gestão de alocação de verbas que visa o “desenvolvimento harmonioso”. “É incomparável o que acontece em Ponte e nas demais freguesias do concelho”, atirou.
“Em mandatos anteriores”, prosseguiu, “tivemos sempre um pelouro das obras municipais" -- quando o presidente da CMG era António Magalhães, o vereador das obras públicas era Domingos Bragança, lembrou. “Isso levava a que uma pasta fosse desempenhada por um vereador e libertava o presidente de câmara, aqui não é o caso. Vemo-lo muitas vezes imbuído em questões de obras simples que podiam estar a ser desenvolvidas pelo presidente de junta”, adiu.
Hugo Ribeiro afirmou ainda que não se deve “olhar para as juntas como o órgão mais incapaz da estrutura do Estado”.
(Novamente) o “desenvolvimento económico”
“Um dos temas que nos tem dividido ao longo dos anos tem a ver com o tema do desenvolvimento económico”. Ricardo Araújo deu o mote ainda antes da ordem do dia, mas o tema pontuou a reunião do executivo – que também contemplou a discussão do Relatório e Contas referente ao ano transato.
O vereador referiu que a sua bancada ficou “positivamente surpreendida e satisfeita” por ver Domingos Bragança defender a criação de uma agência de desenvolvimento económico para elaborar um plano estratégico que permita catapultar Guimarães. Esta agência deve, diz Ricardo Araújo, definir “objetivos a médio e longo prazo” numa estratégia organizada de captação de investimento nacional e estrangeiro. “Seria uma estrutura fundamental para analisar ao nível da fiscalidade como Guimarães pode ser atrativo para a fixação de empresas, criar uma rede de embaixadores de promoção de Guimarães, organizar medidas para que o concelho possa desenvolver atividade económica”, enumerou.
Mas Domingos Bragança recusou qualquer desvalorização da vertente económica nos seus mandatos, dizendo que o tema não entrou só agora na agenda: “Só porque queremos evoluir, acrescentar, não podemos dar a ideia de que o que fizemos não foi bem sucedido”. O autarca lembrou o Gabinete de Crise e da Transição Económica, atualmente presidido pelo presidente da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, Pedro Arezes. E acrescentou que com uma agência dedicada pode ser mais fácil “recrutar especialistas” para integrar a estrutura deste novo gabinete.