
António Costa demite-se do cargo de primeiro-ministro
Empossado por três vezes, a primeira em 28 de novembro de 2015, António Costa demitiu-se esta terça-feira do cargo de primeiro-ministro. O até agora chefe de Governo anunciou a decisão depois de uma operação policial relacionada com um processo de exploração de lítio em Montalegre em que pelo menos cinco pessoas foram detidas esta terça-feira de manhã, entre as quais o empresário Diogo Lacerda Machado, próximo de António Costa, e o chefe do gabinete do até agora Primeiro-Ministro, Vítor Escária. O ministro das Infraestruturas, João Galamba, foi constituído arguido.
“É meu entendimento que a dignidade das funções de primeiro-ministro não é compatível com qualquer suspeição sobre a sua integridade, a sua conduta e qualquer suspeita de ato criminal. Por isso, nesta circunstância, apresentei a minha demissão ao senhor Presidente da República”, assumiu, ao início da tarde desta terça-feira, no Palácio de São Bento, em Lisboa.
António Costa confirmou ainda que vai ser instaurado um processo-crime contra si pela Procuradoria-Geral da República no Supremo Tribunal de Justiça. “Irá ser instaurado um processo-crime contra mim. Estou disponível para colaborar com a justiça. Quero dizer, olhos nos olhos, aos portugueses a prática de qualquer ato ilícito ou sequer qualquer ato censurável. Confio totalmente na Justiça e no seu funcionamento”, disse.
O até agora primeiro-ministro disse ainda que a demissão marca o encerramento de uma etapa na sua vida, colocando de parte a hipótese de se recandidatar numas futuras eleições, e disse ter-se dedicado “de alma e coração para servir os portugueses” nos últimos oito anos.