André Brito assumiu Os Sandinenses com “uma montanha para escalar”
Uma série de oito jornadas sem vencer e o afundar na tabela classificativa levou Os Sandinenses a operar uma mudança no comando técnico da equipa. André Brito, cujo último trabalho foi em Pevidém, foi o nome escolhido para render Júnior Santos, chegando a Sande São Martinho com a consciência que há “uma montanha para escalar”. O novo treinador chegou com Os Sandinenses no penúltimo lugar, a seis pontos do primeiro lugar acima da linha de água, um cenário que admite ser “difícil”, mas também “ambicioso”. “Enquanto equipa técnica a primeira vez que estamos numa luta objetiva de manutenção, mas encarámos o desafiado com muita vontade de conseguir esse objetivo”, refere ao Reflexo.
O ingresso no clube de Sande São Martinho ficou a dever-se, essencialmente, a duas razões, conforme explica o jovem técnico de 34 anos. “Em primeiro lugar porque já estava há algum tempo de fora e sentia essa necessidade de voltar ao treino, que é a grande paixão da minha vida. Em segundo lugar, e não menos importante, a vontade que as pessoas demonstraram desde o primeiro momento que me contactaram para assumir o Sandinenses e ajudar o clube neste momento difícil foi determinante”, revela.
Com o campeonato em andamento, mais do que um efeito da chicotada psicológica, André Brito quer que os seus jogadores assimilem as suas ideias como um processo para poder colher os devidos frutos. “O que temos de perceber rapidamente, tenho passado isso aos jogadores, é primeiramente que vamos desenvolver um processo. Não queremos só que exista a motivação da entrada do novo treinador, a curto prazo, porque se não as coisas rapidamente desaparecem sem o efeito que queremos”, adianta.
Nesse processo, uma das preocupações prende-se com a vertente defensiva. Ao fim de nove jornadas o Sandinenses tinha 22 golos sofridos, é a segunda equipa com mais golos sofridos. “Há coisas que não têm estado bem, nomeadamente no processo defensivo, a equipa tem sofrido muitos golos. Nestas semanas tentamos corrigir e dar à equipa essa capacidade de não sofrer, até porque sentimos que podemos marcar golos a qualquer equipa e estar mais próximos de ganhar”, aponta André Brito.
O plantel sofreu alguns ajustes, com a saída de jogadores “não por falta de qualidade, mas por não terem as características que entendemos para a forma de jogar que pretendemos implementar”, reconhece, tendo também chegado caras novas ao grupo.
De uma forma genérica, a matriz de trabalho tende para que “toda a gente possa estar identificada com a nossa forma de jogar para, se não for a curto, a médio prazo, conseguir ter vitórias com mais regularidade do que nas primeiras nove jornadas”. Elogiando a estrutura e as condições do clube, o treinador acredita que é possível projetar um Sandinenses “mais competitivo” para fazer épocas “relativamente tranquilas no Campeonato de Portugal”.
A equipa técnica de André Brito é composta por Guilherme Marques (preparador físico), Pedro Martins (adjunto), Vasco Peixoto (treinador guarda-redes) e João Martins (analista).
[ndr] artigo originalmente publicado na edição de dezembro do Reflexo.