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Acompanhamento e escavações arqueológicas custaram meio milhão de euros

José Henrique Cunha
Política \ quinta-feira, julho 07, 2022
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Confrontado com questões do público e da oposição sobre o decorrer das obras de requalificação do centro cívico, o presidente da Junta anunciou maio de 2023 como novo prazo para a conclusão da obra.

Ficamos também a saber do elevado custo global dos trabalhos arqueológicos que foram necessários levar a cabo.

Obras Centro Cívico da Vila - Nova data para sua conclusão
Luís Soares, presidente da Junta de Freguesia, relembrou que a obra se iniciou em novembro 2020, com um prazo estipulado de dois anos, ou seja, conclusão prevista para novembro de 2022. Contudo, de acordo com a informação que conseguiu recolher junto do dono da obra, Câmara Municipal de Guimarães, e no seguimento das conversações desta com o empreiteiro da obra, o novo prazo acordado para sua conclusão é agora maio 2023.

Considera que um atraso de 6 meses num prazo total de 24 já não pode ser considerado ligeiro. No entanto, defende que a culpa do atraso não é da câmara municipal, mas sim de uma serie de contingências que levaram ao atraso da obra. E apontou como tais, os achados arqueológicos na zona mais baixa da intervenção e a dificuldade em arranjar fornecedor para a matéria prima, nomeadamente a pedra basáltica, utilizada na zona da igreja.

O que tem sido feito junto dos comerciantes para minimizar os impactos negativos da obra?


Perguntado pelo público e oposição, o presidente do executivo referiu que o calvário tem sido superior ao que era esperado, dando nota que têm procurado sensibilizar a CMG para a necessidade de informar e clarificar a população.

“Numa obra desta dimensão e profundidade é impossível que não haja constrangimentos”. Diz estar solidário com as pessoas e sinalizou que não tem sido fácil para o executivo, dado que, há pessoas que dependem do caixa dos seus negócios e naturalmente manifestam o seu desagrado. Luís Soares informou que tem feito passar essa mensagem junto dos engenheiros da obra, do empreiteiro responsável pela obra e da câmara municipal. Alertou ainda que a relação entre o dono da obra e o empreiteiro tem de ser gerida com parcimónia, dado que, qualquer conflito jurídico que assiste no âmbito da lei e dos contratos assinados, neste momento seria altamente prejudicial e fator de maior prejuízo no quotidiano das pessoas e dos comerciantes, sem que, naturalmente, se exerça pressão e exija o acelerar da obra.

Escavações Arqueológicas custaram quase meio milhão de euros.


A coligação Juntos por Guimarães lançou críticas à falta de meios e recursos humanos para as escavações arqueológicas levadas a cabo antes e durante o decorrer da obra, sinalizando que esta responsabilidade é da câmara municipal e não do empreiteiro. Mostrou também apreensão sobre a qualidade dos matérias utilizados e soluções escolhidas em algumas ruas.

Em resposta, Luís Soares afirmou que o projeto foi amplamente discutido em 2013 com a câmara municipal, freguesia, técnicos e população, fazendo notar que, neste momento, em contexto de obra, não é possível efetuar qualquer alteração ao projeto. Deixou, no entanto, a certeza que se for necessário corrigir alguma situação no pós obra, o executivo não deixará de mobilizar o orçamento da junta para o efeito.

Quanto à questão arqueológica, deu nota que a câmara tem uma pessoa a desempenhar essa função tendo a responsabilidade de supervisionar os trabalhos e não de os executar. Para o efeito a CMG abriu dois procedimentos para contratação de equipas externas. Um no valor de 140 mil euros para contratar uma equipa de acompanhamento no contexto da obra, equipa esta que apresentou as suas conclusões e necessidades, tendo a câmara municipal sido obrigada pela Direção Regional da Cultura a abrir um segundo procedimento no valor de 350 mil euros. “O que significa que a CMG, só para acompanhamento e escavações arqueológicas na obra despendeu o montante de meio milhão de euros”. Na opinião de Luís Soares, a partir deste trabalho haverá condições para se pegar no contexto românico da freguesia, provavelmente sem peças físicas, mas com recurso a imagens tridimensionais, maquetes, para que quem visite a vila no futuro possa ter a perceção da passagem românica nesta região.