PAC, Guimarães
O cenário é claustrofóbico. As personagens que dão vida à peça de Jean Genet encontram-se fechadas numa arena limitada pelo público, onde se digladiam e expõem todas as perversidades da condição humana. Marco Martins pega na genialidade da escrita de Genet e oferece-nos esta peça crua, sem esconderijos, nem eufemismos. Sim, fala-se aqui do mais vil do ser humano.
O mundo não tem piedade e Genet confirmou-o com este texto a que Marco Martins dá vida puxando os fios a três soberbas interpretações de Beatriz Batarda, Sara Carinhas e Luísa Cruz. Ao público, pede-se coragem para não se tolher nas cadeiras que circundam as atrizes, animais na história e no palco, a quem ouvirão a respiração sôfrega.