Diz-se, repete-se, apregoa-se, desde há muitos anos, que Portugal deveria investir no Turismo.
Existe, e já foi gasto muito dinheiro em apoios, o turismo de habitação e o turismo rural.
Sem etnocentrismos exagerados e guardando distância a outros gostos atendíveis, a região onde vivemos, o Minho, tem paisagem natural e natural beleza que lhe permitia ser a causa de afluxo turístico importante.
No entanto, a paisagem natural minhota tem sido agredida permanentemente pelos municípios que a administram: são os edifícios às cores mais inóspitas e que não têm nada a ver com a paisagem natural e histórica; são edifícios construídos em altura em locais predominantemente rurais; é o desordenamento das construções; das estradas, os telhados, etc. O Minho, constituinte de paisagem natural para vender, transformou-se numa paisagem atípica e sem identidade.
Esse processo deveria parar. A crise da construção, infelizmente, tem ajudado.
Há muito que me insurjo contra o abastardamento do espaço público, com especial incidência no planeamento urbano, por parte das entidades públicas: municípios, freguesias, empresas públicas e municipais, IPSS do regime, etc.. seja qual forma de organização que assumam.
Se, em relação a algumas obras, por desconhecimento, não me pronunciei previamente pavilhão da escola secundária acerca de outras não convém, por veneração ao interesse público, que caia no rol do esquecimento.
Existem duas obras, uma em construção e outra em projecto, com financiamento de dinheiros públicos, que me parecem violar a mais básica sensibilidade arquitectónica e de planeamento do espaço público: estou-me a referir ao edifício destinado a Lar de Idosos, a ser construído pelo CSPMJS, e pelo projecto das piscinas cobertas na avenida do parque.
Quem utilize a variante do Ave Park, junto à revenda, esbarra com um edifício de grandes dimensões cujo impacto acima do nível da cota do solo é significativo. Esse edifício encontra-se já implantado numa zona de paisagem predominantemente rústica; e nem a presença discreta do edifício da feira grossista das Taipas confere ao local o estatuto de um local urbanizado. Registe-se que este edifício, feira grossista, é completamente ostracizado pelo novo tendo em conta a direcção da variante ou um qualquer sentido de circulação viária.
A mais comum sensibilidade sente-se beliscada pela presença do edifício: completamente desenquadrado da zona rural envolvente; com impacto urbanístico enorme e com uma altura desalinhada radicalmente do meio envolvente. É um erro que nem a finalidade intrínseca do edifício consegue colmatar.
Mas os erros não ficam por aí: quando se construir um complexo de piscinas coberto na avenida do parque com 70 metros de parede de comprimento, em cima do actual passeio, e com nove meros de altura a partir da cota do mesmo passeio, os cidadãos, então mais livres de pensamento, vão dizer: há valores que devem ser preservados e tudo o que seja paredes na avenida do parque ou no próprio parque é muito mau.
Os promotores dos edifícios estão cegos: querem mostrar obra, nem que seja má. É que todo o burro come palha